domingo, 9 de maio de 2010

9 de Maio, O Dia da Vitória sobre o Nazismo

9 de maio é feriado em algumas das ex-república soviéticas - Rússia, Ucrânia, Belarus. Hoje, completa-se 65 anos da vitória contra a terrível máquina de guerra nazista, que infligiu mais de 20 milhões de vítimas entre as mais variadas etnias soviéticas, sendo que apenas cerca de 8 milhões eram soldados. Mais de 12 milhões de civis foram brutalmente assassinados pelo regime hitlerista, que impôs uma guerra de extermínio à União Soviética. Mas o heróico povo soviético jamais desistiu - o cerco de Leningrado, que durou 900 dias, é uma prova da corajosa resistência deste povo - e, por fim, derrotou os alemães na chamada "Grande Guerra Patriótica".

O esforço de guerra soviético começou ainda no início dos anos 30, com os Planos Qüinqüenais e a coletivização das terras. O fascismo era uma ameaça crescente e sua retórica anti-comunista logo preocupou os soviéticos. Afinal, a primeira nação socialista do mundo ainda carregava o fardo de sua herança monárquica - um regime de servidão no campo altamente ineficiente, uma indústria obsoleta e pouco desenvolvida, uma mentalidade semi-feudal e extremamente tradicionalista, além da completa falta de infra-estrutura para a população. Era uma presa fácil a potências agressoras. Traçou-se então os planos para o desenvolvimento econômico e industrial soviético, para que assim pudesse fazer frente ao ocidente. Nunca em toda História viu-se tamanho desenvolvimento técnico-científico, econômico e social. Nas palavras de Churchill, Stálin tirou a União Soviética do arado levando-a para a era nuclear. É claro que a palavra "Stálin" representa o bolchevismo, o socialismo, já que - nem de longe - o camarada de ferro foi o responsável por tal desenvolvimento. Foi sim, um dos guias, mas o esforço e o entusiasmo de toda a nação foram fundamentais. Cada um dos soviéticos via no socialismo o futuro da nação, o surgimento de um mundo mais justo para seus filhos. E por isso trabalharam, estudaram, lutaram, morreram.

A União Soviética conheceu uma média de crescimento econômico de 25% ao ano - mais que o dobro da China atualmente. Em menos de 15 anos, tornou-se uma potência industrial maior que a própria Alemanha em muitos quesitos - inclusive o militar. Porém a Alemanha desenvolvera o blitzkrieg, criando as primeiras táticas da guerra de movimento moderna. A Wehrmacht não tomou conhecimento da França e porque com a URSS seria diferente? Os alemães invadiram a URSS com tremenda velocidade e eficiência, desestruturando as defesas soviéticas postadas em linha, cercando-as e aniquilando-as. Porém, os generais soviéticos, pouco a pouco, foram compreendendo as táticas alemãs e aplicando os preceitos da guerra de movimento no Exército Vermelho também. A guerra, antes fácil para os alemães, tornou-se encarniçada e sofrida. As baixas foram aumentando e o poderio soviético também - já que os centros industrias estratégicamente criados por trás dos Urais estavam bem longe de qualquer inimigo e sua produção de armamentos era incessante e muito superior a produção alemã. Uma enchente de tanques, soldados e aviões caiu sobre a elite da Wehrmacht, que lá para 1943 já estava esgotada. O contra-ataque foi massivo e impiedoso. As divisões blindadas soviéticas mostraram sua superioridade em Kursk e daí pra frente, a derrota alemã era uma questão de tempo.

A URSS foi responsável pela eliminação de 72% dos efetivos da Wehrmacht na guerra. A super-potência nazista, o Reich que duraria mil anos, o berço da raça superior da humanidade curvou-se frente aos "primitivos" eslavos. Em 8 de maio a Alemanha se rendeu. Em 9 de maio, comemorou-se a vitória em toda a URSS. Às 20h deste fatídico dia, Stálin discursou à toda a nação, exaltando os feitos heróicos do Exército Vermelho e do povo. O primeiro país socialista do mundo regozijava-se após mais uma resistência milagrosa frente às intermináveis agressões das potências ocidentais.

Deste dia até hoje, seguiram 65 anos. E o mundo segue um rumo que em alguns pontos assemelha-se ao contexto do pré-Segunda Guerra. Com o fim da URSS, boa parte dos países - principalmente os Europeus - conheceram uma virada à direita. Os nacionalismos se tornam cada vez mais fortes, as retóricas de extrema direita ganham cada vez mais espaço, o economicismo supera e muito a preocupação com os direitos sociais e trabalhistas e o comunismo encontra-se muito perto de ser posto na ilegalidade. Neste sentido é fácil traçar paralelos a realidade das primeiras décadas do século passado. E como o velho Marx dizia, a História acontece como tragédia e se repete como farsa.

Parabéns ao bravo povo soviético! E que todos os heróis que morreram pelo socialismo e pela Revolução jamais sejam esquecidos.

2 comentários:

  1. obrigado pelo belo blog sou socialista, creio muito nesse sistema,porem em nosso país as pessoas por terem baixo nivel de conhecimento não sabem ao certo do que se trata o socialismo,não sabem se quer que o grande vencedor da sgm2 foi sem duvidas a urss.acho que o problema com os países socialistas foram a corrupçao pois pra esse sistema politico dar certo é necessario acabar com a corrupçao punindo severamente os corruptos.coisa que praticamente não existe em nosso país,pos os propios politicos fazem as leis pra eles mesmo,entao nunca terao puniçoes duras.seria preciso um grande levante popular(armado se preciso)para rompermos com esse sistema imundo de corrupçao e vergonha que vivemos.
    mas fico por aqui aguardo respostas tua abraços
    andinho198208@hotmail.com

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  2. Bom, a corrupção no socialismo - pelo menos na URSS - tem relação com o desmantelamento do planejamento central. Antes das reformas econômicas revisionistas, o combate à corrupção era severo, já que qualquer rublo que se identificasse fora do planejamento era facilmente percebido. A URSS de Lênin e Stálin tinha na fiscalização e na vigilância contra crimes um dos seus pontos fortes. Porém, à medida que as reformas foram desarticulando o planejamento socialista, ficou cada vez mais difícil fiscalizar as transações de capitais, pois as empresas passaram a deter muita independência em relação aos planos. A corrupção então decolou a níveis aterradores, chegando ao ponto de surgirem milionários "vermelhos".

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