quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sobre Chomsky e a luta revolucionária soviética

http://www.youtube.com/watch?v=zDJee4stYN0&feature=related

Recentemente assiti a um vídeo de uma palestra do americano Noam Chomsky (link do vídeo disponível logo acima). Na parte que vi, ele fazia uma crítica acerca do leninismo e da revolução russa. E apesar de adotar a velha idéia de que o socialismo não existiu na URSS, seus argumentos são bastante lógicos e interessantes. Muitos marxistas-leninistas se indignariam com eles, mas eu creio que finalmente passei da fase de me irritar com visões diferentes da minha. O que fiz foi pensar sobre eles. É certamente muito fácil taxá-los de "social-democrata", "anti-leninista", "anti-soviético", até mesmo de "burguês", já que ele é americano. Porém isto não anula os argumentos e serve o mesmo propósito que os acadêmicos do "mainstream" da História seguem ao taxar historiadores contra-paradigmáticos de "stalinistas". Ou seja, repressão ideológica. Portanto, resolvi criticar Chomsky de uma maneira que julgo mais correta, que é com argumentos, que á através do diálogo.

O que vi de mais preocupante nos argumentos de Chosmky, é que ele basicamente se detém a uma crítica teórica, uma crítica que passa bem longe do processo histórico. Ele defende que Lênin era um marxista ortodoxo extremamente autoritário e que, por ser um hábil político, fingiu ser libertário para ganhar o apoio das massas. Reconheço nisto algo típico do pensamento liberal, a premissa de que todo o indivíduo ou está em busca de dinheiro ou de poder. O que é um reducionismo tremendo. E este tipo de visão, como tantas outras, sempre busca enquadrar um processo histórico em seu esquema rigido de funcionamento baseado na premissa da "natureza humana", que seria a busca por poder e riqueza.

Em nenhum momento ele foi aos fatos, apenas disse para nós irmos aos fatos. E quais são os fatos? A Rússia era um Império extramente autoritário, decadente e reacionário. Havia apenas uma elite letrada e rica, enquanto que a maioria da população vivia na miséria, sujeitada a todo tipo de exploração. As forças produtivas eram ultrapassadas e, na verdade, estavam mais próximas de forças improdutivas do que de qualquer outra coisa. Além disso, o país se exauria em uma Guerra Mundial, enfrentando adversários muito mais desenvolvidos e poderosos.

Então veio Lênin e os comunistas. Através da força subjugaram o governo provisório de direita - que basicamente manteve as mesmas posições tzaristas - e instauraram um novo regime. Um regime que não começaria do zero, começaria do -10. Pois a Rússia era uma desgraça de um lado ao outro. E não só por causa das condições internas, mas por causa das externas também. Logo formou-se uma aliança entre as potências ocidentais para extirpar a revolução russa da face da Terra. Eu sinceramente adoraria ver os trabalhadores donos dos meios de produção efetivamente, além de ver todo o poder aos sovietes. Mas na prática, inserido em seu contexto histórico, isto seria realmente possível?

Não, não seria. Lênin, com sua incrível capacidade de compreender os eventos presentes - pouco igualada por outros homens - percebeu que a única maneira do primeiro Estado socialista sobreviver era através do chamado "Comunismo de Guerra". Ou seja, o Partido devia converter-se em uma arma popular contra a invasão estrangeira. O Partido Bolchevique tornou-se então um órgão de extrema disciplina, organizado pelos "revolucionários profissionais" com o único objetivo de esmagar os Exércitos Brancos contra-revolucionários. Em uma guerra não há espaço para democracia, não há espaço para discussões prolongadas, não há espaço para mais nada que não seja combater. Neste sentido, é óbvio que deve haver uma centralização de poderes. O que Chomsky queria? Que houvessem, sei lá, três meses de socialismo para depois restaurar-se o Império?

Admiro Lênin por uma coisa: ele era tão bom teórico quanto prático. Ele não lançava idéias ao ar e não agia, muito menos apenas agia e deixava o conhecimento teórico de lado. Como quase nenhuma outra pessoa na História, Lênin conseguia unir teoria e prática de maneira absurda. Ele entendia que o marxismo não era um dogma e que, muitas vezes, um revolucionário deve ter a capacidade de ler o presente para tomar atitudes concretas, seja elas compatíveis ou não com o marxismo. Por outro lado, entendia que não devia se prender ao economicismo e ao pragmatismo extremo, que o marxismo era um instrumento bastante importante para a compreensão do mundo e para a construção de uma nação socialista.

Portanto ele logo compreendeu que a saída para a situação da Rússia não estava nos escritos de Marx - quando o velho imaginaria uma revolução em tais condições? - e que ele deveria se virar para encontrar uma. O que ele encontrou foi a transformação do povo em um exército disciplinado, centralizado e imbuído de uma moral revolucionária inquebrável. E quem pode dizer que ele estava errado? O Exército Vermelho lutou bravamente e esmagou soldados de 14 diferentes nações, incluindo potências européias como a França. O primeiro - e extremamente frágil - Estado socialista do mundo sobreviveu à sangrenta Guerra Civil. A pergunta que faço é: teria ele sobrevivido se permanecesse descentralizado em sovietes de trabalhadores? Será que homens comuns que jamais estudaram táticas de combate em suas vidas teriam a capacidade de, em forma de assembléias populares, derrotar exércitos muito mais estruturados, mais evoluídos em tecnologia militar e financiados por potências industriais capitalistas? Creio que a resposta é não, seja qual for sua tendência política.

Passada a Guerra Civil, a Rússia estava devastada - ainda mais do que antes da revolução. E Lênin compreendia que a única maneira de um Estado socialista sobreviver em um mundo hostil era através da industrialização, da modernização e do desenvolvimento das forças produtivas, o que ele chamou de "eletrificação" da nação. O que havia naquele momento não era socialismo, mas sim um estado de transição ao socialismo. Era como se fosse um estágio de revolução burguesa forçado. Para isso ser feito, Lênin não deu bola ao choro dos "marxistas de esquerda" - como diz Chomsky - pois ele tinha o nível de auto-crítica suficiente para saber que aquele não era o momento certo para implantar efetivamente o socialismo e entregar todo o poder aos sovietes. Ao contrário do que Chomsky afirma, Lênin tinha a certeza de que a URSS poderia se desenvolver sozinha, mas para isso deveria fazer certos sacrifícios. Aí vem sua famosa frase: "devemos dar um passo para trás para dar mais dois à frente". Ele não permaneceu passivo, apenas esperando a Revolução na Alemanha - isto é coisa de Trotsky e dos mencheviques - Lênin trabalhou incessantemente em torno da Nova Política Econômica, que seria uma fase de capitalismo controlado - algo como o modelo chinês de hoje, em uma comparação bem tosca - que serviria como base para a eletrificação do país. Era o ponto de partida do desenvolvimento das forças produtivas.

Esta parte é muito interessante principalmente em relação às críticas de Chomsky. Observem que Lênin disse com todas as letras que estava dando passos para trás, que não estava seguindo uma política socialista. Isto é muito diferente de manipular as massas para então forjar o Estado da maneira que ele bem entendia. Em minha opinião, isto é o que difere um marxista de outros tipos de socialistas pejorativamente chamados de "utópicos". Ele não se cegava pela ideologia facilmente, ele tinha um nível considerável de auto-crítica e, portanto, uma sobriedade tremenda para analisar os fatos que o cercavam. Ele jamais desistiria de uma decisão acertada apenas para se afirmar como um verdadeiro marxista ou porque de acordo com o marxismo aquilo era "contra-revolucionário". Lênin entendia que o mundo não podia ser reduzido a uma receita, entendia que a história é uma caixa de surpresas e BUM! De repente alguém tem que se virar com uma nação socialista imersa em uma base semi-feudal e hostilizada por todas as potências do planeta. E aí? É entregar as armas e esperar a Revolução Mundial? É, insensatamente, entregar todo o poder às assembléias populares e ver o socialismo morrer como na Comuna de Paris? Ou deve-se encontrar uma maneira - talvez não-socialista - de se salvar o próprio socialismo? Ele escolheu a última.

E Chomsky e os "marxistas de esquerda"? O que escolheriam?

domingo, 23 de maio de 2010

Divagações sobre socialismo, liberalismo e democracia

Não faz muito tempo, um advogado lá do trabalho veio coversar comigo na copa. Enquanto estávamos lanchando ele disse que admirava o curso e tudo o mais, e que, para ele, a História tinha a função de impedir que as pessoas cometessem os mesmo erros do passado. Uma concepção bem batida e que eu discordo de uma maneira parcial. Pois bem, minha opinião acerca disto não importa agora, o que importa é que ele utilizou essa base para atacar o socialismo. Disse que não devíamos aplicar o socialismo, já que a História nos mostrou que ele fracassou. Opinião bem comum, que quase todo mundo tem. Opinião que, de fato, não se baseia em História, mas sim, em propaganda. Resultado de décadas e décadas de manipulações ideológicas. Aliás, isto faz parte de um grande problema na historiografia contemporânea: Como olhar para o passado recente sem ser dominado pelas paixões que tais acontecimenos tão próximos nos causam? E como desvendar o passado distante com a escassez de fontes?

Não tenho resposta a tal pergunta, mas certamente a História do Socialismo é extremamente controversa, manipulada, politizada, desprezada e, muitas vezes, vista apenas como uma contagem de mortos. Ou seja, é baseada em análises superficiais, pouco objetivas e bizarramente deturpadas. No "mainstream" historiográfico, ela é basicamente um julgamento capitalista-liberal, e não uma análise concreta do processo histórico de cada nação socialista. Já no "underground", há também as idealizações de esquerda, que procuram defender de todas as maneiras os regimes revolucionários do século passado. Porém há uma abertura muito maior a pontos de vistas diferentes e contra-paradigmáticos do que no "mainstream", onde se encontra a ditadura do paradigma totalitário e da contagem de mortos.

O "mainstream" é resultado direto da Guerra Fria. É o fim inexorável de uma política propagandística anti-democrática. É o filhote do controle ideológico do pensamento. E é um dos pontos que os os "democratas" do liberalismo mais criticavam nos regimes socialistas. Enfim, é o triunfo da ideologia sobre a objetividade do historiador.

Aí voltamos ao advogado. Ele baseia alguma parte de suas convicções políticas e de seus princípios individuais em uma deturpação histórica. De fato, em diferentes graus, todos somos assim. Porém, neste caso, o grau é perturbadoramente alto. E o mais grave de tudo isso, é que a grande maioria da população também segue este rumo. Muitos simpatizam com os ideais socialistas, mas recusam-se a defendê-los por causa do suposto fracasso do sistema. Clamam que não passavam de regimes totalitários, sanguinários, ineficientes, etc. E a base para afirmações tão graves não passa de um bombardeio ideológico incessante desde que se entendem por gente.

Por outro lado, militantes socialistas muitas vezes passam longe da objetividade também. O que, em minha opinião, é mais prejudicial ainda. Não falo dos que compartilham das propagandas capitalistas, estes enquadram-se, em larga medida, no que já foi dito antes. O pior que um militante socialista pode fazer é criar uma realidade idealizada das experiências passadas, elevando revolucionários a homens infalíveis e aos seus respectivos regimes como verdadeiros paraísos. Isto acaba por mascarar os erros do passado, que, na verdade, são essenciais para as tentativas futuras triunfarem. Além de criar um dogmatismo marxista no nível do liberal. Erro que leva a um mecanicismo teórico que desemboca no mecanicismo prático. Em outras palavras, a experiência socialista deixa de ser revolucionária, dinâmica, criativa, para se tornar em um regime puramente economicista, amarrado e, de certa forma conservador, já que passa a se basear em um dogma imutável e incontestável - assim como o deus mercado, cria-se o deus marxismo.

O que na verdade, foi o que os revisionistas kruschevistas fizeram na União Soviética. Impuseram sua visão "marxista" e abominaram qualquer outra coisa que não se encaixasse nela, taxando os defensores do velho modelo de "grupo anti-partido" ou de "tiranos". E porque isso aconteceu? Porque o Partido tornou-se mecânico, não mais revolucionário. Foi corrompido pelo espírito tzarista, pela centralização demasiada dos poderes nas mãos de primeiros secretários regionais, resultado indesejado do "Comunismo de Guerra" e da NEP. Stálin e seus camaradas não demoraram a perceber a degeneração do Partido, e a Constituição de 1936 buscou logo separar o Estado soviético do Partido. O que efetivamente não foi aprovado. Por fim, o Partido foi o berço do capitalismo e da destruição do socialismo soviético.

Logo, ao negar-se a analisar mais profundamente o processo histórico, busca-se apenas atacar qualquer crítica às experiências socialistas, cegando-se para a série de problemas que elas tiveram de enfrentar. Como a degeneração do Partido, por exemplo. Muitos preferiram ficar com as resoluções do PCUS, "o mais velho PC revolucionário do mundo", do que criticá-las, outros, criticaram, mas não puseram as críticas em prática. E isso é simplesmente uma afronta terrível ao bolchevismo e à auto-crítica marxista.

Alguns podem ler o que foi dito até agora e dizer que minha análise aproxima-se da análise anti-comunista do marxismo, aquela que transforma o marxismo em um seita religiosa. Em outras palavras, da análise que sustenta o paradigma totalitário, a de que no "socialismo real", a ideologia comunista torna-se um paradigma sagrado e que qualquer oposição a ela torna-se "heresia". Bom, de certa forma minha opinião até que se aproxima disto, mas de uma outra perspectiva. Boa parte dos modelos políticos da humanidade até hoje seguem este rumo, desde as antigas civilizações da Mesopotâmia até a Respublica Christiana e o capitalismo liberal. E não só modelos políticos, qualquer análise de nosso mundo está sujeita a este dogmatismo, inclusive a gloriosa ciência moderna. Isto porque somos incapazes de fazer uma auto-crítica decente de nós mesmos, além do que, por uma estranha razão, somos inclinados a ver o mundo através de esquemas simplificados e generalizados da realidade, sempre achando que nossas teorias são o real em si, e não um instrumento que nos ajuda a compreendê-lo.

À medida que entendermos que o conhecimento é um instrumento de compreensão do mundo, e não a realidade em si, não seremos tão arrogantes a ponto de acharmos que qualquer crítica é uma ofensa à verdade. O marxismo é um instrumento revolucionário poderosíssimo, capaz de oferecer uma visão mais completa da democracia e de abrir a mente de pessoas para o fato de que o capitalismo ainda está longe de ser democrático, apesar de que representa uma melhora significativa em relação a outros sistemas mais antigos. Porém o marxismo deve ser encarado como uma ciência maleável e progressista, e não como algo rígido, indiscutível e, portanto, conservador. E, ao meu ver, este é um problema pré-revisionista, mas que teve como seu ápice o revisionismo. Kruschev perpetuou um "leninismo" monolítico e forçou o movimento comunista a se ajoelhar perante ele, tendo como resposta a revolta de vários partidos em todo o mundo, como o PC Chinês, por exemplo. Gorbatchev forçou o "deus mercado" goela abaixo dos cidadãos soviéticos, tendo a cara de pau de fazê-lo em nome de Lênin e da "democracia".

Curiosamente, os liberais aplaudem tais momentos de imposições "divinas" da História Soviética. Enquanto que os momentos de constestação, de discussões inflamadas, de lutas políticas são basicamente taxados de "tirania" e deixados de lado. Para o "mainstream" historiográfico - e para o advogado - o erro foi ter contestado o modelo político, econômico e social vigente. Esse é o erro do passado. É basicamente o que um restaurador do século XIX pensaria sobre a Revolução Francesa. Porém tal idéia é mascarada por uma concepção estreita e dogmática do mundo e por uma crença infalível de que suas visões são realistas e não ideológicas. Esta é a prova cabal de que o que havia de revolucionário na burguesia e no capitalismo, já afundou há um bom tempo. O liberalismo esgotou-se, tornando-se um freio à democracia e não mais sua vanguarda.

Cabe aos socialistas superarem seus próprios dogmas - o fantasma do esquerdismo que Lênin já criticara há muito tempo atrás - e a propaganda ideológica burguesa, para que então possam libertar suas mentes para o próximo passo da batalha pela democracia: a extinção do deus mercado e do individualismo extremado.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

"Quanto mais deixamos Stálin para trás mais perto nos encontramos de Hitler", entrevista com Iakob Djugashvili


Iakob Djugashvili é um dos netos de Stálin. Defensor do legado do avô e irritado com todas as mentiras que lançam contra ele, Iakob resolveu levar certas discussões para o tribunal, assim como alguns outros membros de sua família têm feito ultimamente. Uma agência de notícias georgiana publicou uma entrevista recente com ele, a qual ele fala um pouco de suas opiniões sobre o avô, sobre a URSS, entre outras coisas. Reconheço que está difícil de entender algumas coisas, até porque a versão em inglês no site é horrível também, acho que foi traduzida bizarramente do georgiano para o inglês. Tive muita dificuldade em traduzí-la, mas enfim, espero que entendam alguma coisa. Leiam a entrevista logo abaixo:

"Ditador ou líder? Qual era o verdadeiro Stálin? Porque seu neto Iakob Djugashvili está processando a Novaya Gazeta e Ekho Moskvi? GT (Georgian Times) entrevistou Iakob Djugashvili.

P: Como você pode defender a reputação de Stálin?

R: A época de Stálin e o papel de Stálin são duas coisas diferentes. Stálin é chamado de ditador e culpado por coisas que não fez. Um ditador tem poder real e controla as estruturas policiais e outras estruturas do país para fazer o que ele quiser. Stálin não tinha posto no Estado após 1941, nenhum oficial de polícia ou um soldado eram seus subordinados, porém ele era um líder. Seus colegas acreditavam nele porque Stálin não nascera em 1924 e eles haviam travado a luta revolucionária juntos. A estrutura colegiada de poder mostrou que tudo que Stálin escreveu foi posto em prática.

P: Há duas opiniões sobre Stálin. Ele ainda é cultuado por alguns na Geórgia, enquanto outros, o condenam. O que Stálin fez pela Geórgia, bom ou ruim?

R: Eu sou contra discutir Stálin em termos de Geórgia ou mesmo Rússia; ele era o líder da União Soviética. Ao contrário da Geórgia e da Rússia atuais, a União Soviética servia seu povo. Stálin deveria ser considerado uma força unificadora, não só pelo povo da Geórgia ou da Rússia, como por todas as pessoas sob a pressão das marionetes fascistas do Ocidente.

P: Um monumento em memória aos poloneses executados em Katyn durante a época de Stálin foi erigido. O que você acha disso?

R: Vou lhe dizer algumas coisas interessantes sobre a Polônia. Em 1934 (depois que os Nazis tomaram o poder na Alemanha) a Polônia tornou-se um aliado oficial da Alemanha. No verão de 1938, quando a Alemanha anexou a Áustria, a Polônia não cumpriu com as suas obrigações com a França, não se opondo à invasão alemã da Áustria. No outono do mesmo ano, sob o Tratado de Munique, a Alemanha não só engoliu a Tchecoslováquia como também a região Stettin da Polônia.

A Polônia sabia que isso aconteceria, mas não concordou nem com as partes do Pacto de Munique. A Polônia então cessou a conversação com a União Soviética, com a Franca e com a Grã-Bretanha sobre a formação de um pacto anti-Hitler. No dia primeiro de Setembro do mesmo ano, a Alemanha invadiu a Polônia e no dia 10, os patriotas, o Governo e os Generais da Polônia liderados por Sikorski deixaram o território polonês orgulhosamente e corajosamente.

Em 13 de Abril de 1942, Goebbels – com o objetivo de separar a União Soviética de seus aliados – declarou que em 1940 os judeus da União Soviética haviam executado milhares de oficiais poloneses. Dois dias depois, no dia 15 de Abril, o chefe exilado do Governo polonês e aliado da Grã-Bretanha, Sikorski, confirmou publicamente a afirmação de Goebbels sem fazer nenhuma investigação ou mostrar algum fato.

Em 1943, os britânicos planejaram um ataque à Noruega para cortar os alemães no Báltico. Mas os alemães descobriram isto. Então a paciência inglesa chegou ao fim e em 1994 (???? 1944, talvez?) o avião em que Sikorski voava do Marrocos para a Inglaterra caiu no Estreito de Gibraltar. Apenas os pilotos ingleses sobreviveram, Sikorski e seus filhos morreram.

O Governo polonês daquele tempo traiu todos seus aliados (até seu próprio povo) e deste modo provocou a Segunda Guerra. O truque propagandístico de Goebbels trouxe 1.8 milhões de voluntários ao exército alemão, prolongando a guerra e aumentando o sacrifício.

A questão de Katyn voltou aos holofotes em 1989 quando traidores comandavam a União Soviética. Eles queriam desmontar a União Soviética e um dos meios de essenciais de fazê-lo era destroçar o Pacto de Varsóvia. A Polônia então se juntaria à OTAN.

Agora o Ocidente fascista precisa da questão de Katyn para forçar a Federação Russa a pagar sua compensação. Eu tenho material de estudo nesta questão e ele me convenceu de que os alemães fuzilaram os poloneses na floresta de Katyn próxima a Smolensk, em 1941, quando eles controlavam Smolensk. Hoje todos culpam a União Soviética por executar poloneses em Katyn e usam esta questão para melhorar suas carreiras políticas ou para outros fins. Estas pessoas são os filhos espirituais de Goebbels e eu os considero meus inimigos.

O formato de nossa conversação não me dá a oportunidade para ir mais a fundo neste problema, e é por isso que eu aconselho aquelas pessoas que ainda tem dignidade e lucidez a ler o livro “Detetive de Katyn” de Yuri Mukhin, seu filme “Katinskaya Podlost” e seu mais novo livro, “Sud Nad Stalinim”, o qual Yuri Mukhin, Sergei Strigin e Mikhail Shved, os quais investigaram a questão, apresentam seus argumentos. Eu quero fazer seus leitores ficarem interessados ao dizer que Sergei Strigin descobriu 43 sinais de falsificação no argumentos do “Pacote Especial #1”.

P: Você vê o colapso da União Soviética como algo negativo? Você não acha que esse foi um dos períodos mais obscuros da história da Geórgia?

R: Sim, foi um período obscuro. Os Comunistas canibais criaram condições tão insuportáveis que a população da Geórgia aumentou de 2.7 milhões (de acordo com dados de 1914) para 6.7 milhões (de acordo com dados soviéticos de 1986), dos quais 70% eram georgianos. Um horror sem precedentes foi infligido no sistema educacional, era de graça e era um dos melhores do mundo. Mas não há nada comparável a crueldade chamada assistência médica de graça. Não só os hospitais como também sanatórios e campos de pioneiros eram livres de cobrança. Eu concordo que isso foi um genocídio contra o povo georgiano, agora sem ironia.

A União Soviética, como qualquer outro país, não era imune de crises. Elas eram normais. Mas não se parecia com outros países porque sua filosofia era bem progressista. Conseqüentemente era ameaçada por outro tipo de crise. O problema da União Soviética é que ela era comandada pelo Partido Comunista, uma criação parasitária. Stálin entendeu isto muito bem em 1936, quando ele buscou limitar os poderes do Partido. Stálin apresentou uma constituição em 1936 a qual permitia a participação de pessoas que não fossem do Partido.

Stálin fez campanhas contra as oligarquias do partido. Ele perdeu sua batalha, mas sobreviveu. Stálin ainda tentou repreendê-las no 19º Congresso, em 1952, porém, infelizmente, esta tentativa custou-lhe a vida. Ele foi assassinado. E foi sucedido pela campanha anti-Stálin de Kruschev, que não foi nada mais do que uma tentativa de mascarar este crime ao frear as reformas lançadas por Stálin.

O Partido Comunista tornou-se um ninho de “não-comunistas”. Porque estamos surpresos que hoje em dia as palavras “Comunista” e “Bolchevique” tornaram-se injúrias? Eu acredito que pessoas honestas e sábias tentavam curar as doenças da União Soviética, mas pessoas tolas e desonestas procuravam destruí-la.

P: Seu pai, Evgeny Djugashivili processou a Novaya Gazeta.

R: Hoje em dia não temos condições normais na Rússia e é impossível exigir que qualquer pessoa ou mídia de massa seja responsabilizada por suas palavras. Nós usamos o tribunal como uma forma alternativa de discussão. Tivemos um resultado sem precedentes porque o processo revelou a verdadeira natureza dos anti-stalinistas. Eles não tinham argumento algum para defender suas posições.

P: Agora você trouxe um segundo caso judicial acerca de Stálin.

R: Neste momento um segundo caso está ocorrendo contra Ekho Moskvi, que declarou que Stálin havia assinado uma ordem secreta para o fuzilamento de um menino de doze anos de idade que fora acusado de um crime. Só pense no tipo de besteira que Ekho Moskvi está pregando. Se a ordem era secreta como o tribunal foi capaz de passar a sentença? Eu não farei mais comentários. Vamos esperar pela audiência.

P: Como você avalia a afirmação de Merabishvili em sua entrevista a Kommersant sobre a oferta de dinheiro ao russos para explodir o monumento a Stálin?

R: O monumento a Stálin não é a questão. A verdade e a imortalidade de Stálin não dá descanso a essas pessoas. Como alguém disse um dia, quanto mais deixamos Stálin para trás mais perto nos encontramos de Hitler. O Ocidente está caminhando para um novo Hitler e seus lacaios nos puxam para a mesma direção."

Fonte: http://www.geotimes.ge/index.php?m=home&newsid=21385

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dia da Vitória é marcado por controvérsias em ex-repúblicas soviéticas

O Dia da Vitória, desde o fim da URSS, é marcado por manifestações de veteranos da "Grande Guerra Patriótica" e militantes comunistas em geral. Porém este ano, muitos foram mais longe do que simples manifestações. Alguns exigiram homenagens a Stálin nas ruas de Moscou e de outras cidades russas, outros pintaram um ônibus com uma enorme imagem do líder soviético e passearam pelas ruas de Leningrado (hoje, São Petersburgo) e ainda houve pessoas mais audaciosas, que literalmente erigiram um busto de Stálin na cidade ucraniana Zaporizhya. Os discursos do Presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, ainda colocaram mais lenha no fogo. Já que defendiam apaixonadamente a luta do povo soviético pela liberação da Europa do jugo Nazi-fascista e clamava pela luta contra a "revisão da História". Que no fundo é o que todos estes manifestantes estão fazendo. Lutando contra a versão ocidental, anti-comunista e anti-soviética da História de seus respectivos países.

As controvérsias foram enormes, principalmente entre os membros do governo da Rússia e da Ucrânia e entre as chamadas organizações pelos "direitos" humanos. Tudo porque, de acordo com a História oficial, tanto Stálin como o regime soviético em si foram responsáveis por milhões e milhões de mortes. O problema é que o que não falta são estudos desmistificando as lendas do "milhões de mortos" e dos "milhões de presos". Estudos feitos inclusive por acadêmicos anti-comunistas ao extremo, russos e americanos. No entanto o que está em jogo não é a verdade em si, mas sim a sustentação ideológica de um sistema opressor e decadente - o capitalismo.

Os direitos humanos - como o próprio nome sugere - estão mais para a direita do que para qualquer outra coisa. Defendem inescrupulosamente criminosos, espiões, sabotadores, assassinos, corruptos, mas o povo mendigando nas ruas de Moscou? Ah, estes são apenas vagabundos preguiçosos! Não preciso nem dizer que estas organizações recebem o apoio maciço dos governos e do capital privado. E juntos com a imprensa, fazem um estardalhaço contra os comunistas. Arranjam vitimazinhas velhinhas e deprimidas para falar o quanto sofreram por causa do socialismo, gritam aos quatro cantos do mundo as mesmas propagandas idiotas feitas durante a Guerra Fria - 100 milhões de mortos, 50 milhões de presos e blá blá blá. Porém eles se esquecem deliberadamente da maioria da população, a qual olha com nostalgia para os tempos soviéticos, a qual vê em Lênin e em Stálin seus verdadeiros líderes, a qual conheceu apenas miséria e exploração com o fim do socialismo.

Mas, enfim, não é nisso que a "democracia" capitalista é mestre? Fingir-se de justa, democrática, humana, porém coloca-se sempre ao lado do capital e contra a maioria do povo. E por outro lado, os bolcheviques orgulhavam-se fortemente de sua "ditadura" do proletariado, que opunha-se definitivamente ao capital e colocava-se junto ao povo, sempre procurando dar-lhe uma vida decente e justa.

Muitos podem não concordar com minhas opiniões, mas uma coisa acredito que fica claro para todos: o socialismo não morreu completamente e os velhos embates ideológicos da Guerra Fria estão voltando à medida que a paciência do povo com as "democracias" capitalistas vai se esgotando. E aí Fukuyama, cadê o "fim da História"?

Links para algumas notícias relacionadas:

*Presidente Lukashenko defende o papel da URSS na Segunda Grande Guerra: http://www.belta.by/en/main_news?id=528772 e http://www.belta.by/en/main_news?id=529136

*Stálin em destaque novamente na Rússia: http://english.aljazeera.net/news/europe/2010/05/20105814414630570.html

*Ônibus de Stálin circula por Leningrado (São Petersburgo): http://www.independ ent.co.uk/ travel/news- and-advice/ stalin-bus- hits-the- road-in-russias- saint-petersburg -1968627. html

*Monumento a Stálin erigido na Ucrânia: http://marxistleninist.wordpress.com/2010/05/06/new-stalin-monument-in-ukraine/#more-5579

domingo, 9 de maio de 2010

Registros de um dia histórico: Discurso de Stálin de 9 de Maio de 1945

"Camaradas! Homens e mulheres compatriotas!

O grande dia da Vitória sobre a Alemanha chegou. A Alemanha Fascista, forçada a ajoelhar-se pelo Exército Vermelho e pelas tropas Aliadas, reconhceu-se como derrotada e declarou sua rendição incondicional.

No dia 7 de maio, um protocolo preliminar de rendição foi assinado na cidade de Rheims. No dia 8, representantes do Alto Comando Alemão, na presença dos representantes do Comando Supremo das tropas Aliadas e do Supremo Comando das tropas Soviéticas, assinaram em Berlim o último ato da rendição, o qual foi executado às 24h do dia 8 de maio.

Sendo conscientes dos hábitos traiçoeiros dos líderes Alemães, os quais tratam acordos e tratados como apenas pedaços de papéis sem valor, não temos razão alguma para confiar em suas palavras. Todavia, nesta manhã, de acordo com o ato de rendição, as tropas Alemãs começaram a abaixar suas armas e se render em massa às nossas tropas. Isto não é mais um pedaço de papel sem valor. Isto é a verdadeira rendição das forças armadas Alemãs. É certo que um grupo de tropas Alemãs na área da Tchecoslováquia ainda persiste em lutar. Mas eu confio que o Exército Vermelho será capaz de trazê-los de volta a realidade.

Agora podemos constatar com toda a razão que o dia histórico da derrota final da Alemanha, o dia da grande vitória do nosso povo sobre o imperialismo Alemão chegou.

Os grandes sacrifícios que fizemos em nome da liberdade e da independência de nossa Pátria Mãe, as incalculáveis privações e sofrimentos experimentados por nosso povo durante a guerra, o trabalho intenso na retaguarda e no fronte, não foram em vão, e foram coroados pela vitória total sobre os inimigos. A longuíssima luta dos povos Eslavos por sua existência e independência chegou ao fim com a vitória sobre os invasores Alemães e sua tirania.

Doravante, o grande estandarte da liberdade dos povos e da paz entre as pessoas voará pela Europa.

Três anos atrás Hitler declarou para todos ouvirem que dentre seus objetivos, incluía-se o desmembramento da União Soviética, arrancando dela o Cáucaso, a Ucrância, a Bielorússia, os territórios do Báltico e tantas outras áreas. Ele declarou descuidadamente: "Nós destruíremos a Rússia para que ela jamais seja capaz de levantar novamente". Isto foi há três anos. Todavia, as idéias insanas de Hitler não estavam destinadas a tornar-se verdade - o progresso da guerra lançou-as ao vento. Na verdade, o oposto direto dos delírios Hitleristas ocorreu. A Alemanha está completamente derrotada. As tropas Alemãs estão se rendendo. A União Soviética celebra a Vitória, apesar de que não tem intenções de desmembrar ou destruir a Alemanha.

Camaradas! A Grande Guerra Patriótica terminou com nossa vitória total. O período de guerra na Europa chegou ao fim. O período de desenvolvimento pacífico começou.

Eu os parabenizo pela vitória, meus caros compatriotas, homens e mulheres!

Glória ao nosso heróico Exército Vermelho, o qual sustentou a independência da Pátria Mãe e trouxe a vitória contra o inimigo!

Glória ao nosso grandioso povo, o povo vitorioso!

Glórias eternas aos heróis que caíram na luta contra o inimigo e deram suas vidas pela liberdade e felicidade de nosso povo!"

Discurso feito em Moscou e transmitido à toda nação às 20h do dia 9 de Maio de 1945.

9 de Maio, O Dia da Vitória sobre o Nazismo

9 de maio é feriado em algumas das ex-república soviéticas - Rússia, Ucrânia, Belarus. Hoje, completa-se 65 anos da vitória contra a terrível máquina de guerra nazista, que infligiu mais de 20 milhões de vítimas entre as mais variadas etnias soviéticas, sendo que apenas cerca de 8 milhões eram soldados. Mais de 12 milhões de civis foram brutalmente assassinados pelo regime hitlerista, que impôs uma guerra de extermínio à União Soviética. Mas o heróico povo soviético jamais desistiu - o cerco de Leningrado, que durou 900 dias, é uma prova da corajosa resistência deste povo - e, por fim, derrotou os alemães na chamada "Grande Guerra Patriótica".

O esforço de guerra soviético começou ainda no início dos anos 30, com os Planos Qüinqüenais e a coletivização das terras. O fascismo era uma ameaça crescente e sua retórica anti-comunista logo preocupou os soviéticos. Afinal, a primeira nação socialista do mundo ainda carregava o fardo de sua herança monárquica - um regime de servidão no campo altamente ineficiente, uma indústria obsoleta e pouco desenvolvida, uma mentalidade semi-feudal e extremamente tradicionalista, além da completa falta de infra-estrutura para a população. Era uma presa fácil a potências agressoras. Traçou-se então os planos para o desenvolvimento econômico e industrial soviético, para que assim pudesse fazer frente ao ocidente. Nunca em toda História viu-se tamanho desenvolvimento técnico-científico, econômico e social. Nas palavras de Churchill, Stálin tirou a União Soviética do arado levando-a para a era nuclear. É claro que a palavra "Stálin" representa o bolchevismo, o socialismo, já que - nem de longe - o camarada de ferro foi o responsável por tal desenvolvimento. Foi sim, um dos guias, mas o esforço e o entusiasmo de toda a nação foram fundamentais. Cada um dos soviéticos via no socialismo o futuro da nação, o surgimento de um mundo mais justo para seus filhos. E por isso trabalharam, estudaram, lutaram, morreram.

A União Soviética conheceu uma média de crescimento econômico de 25% ao ano - mais que o dobro da China atualmente. Em menos de 15 anos, tornou-se uma potência industrial maior que a própria Alemanha em muitos quesitos - inclusive o militar. Porém a Alemanha desenvolvera o blitzkrieg, criando as primeiras táticas da guerra de movimento moderna. A Wehrmacht não tomou conhecimento da França e porque com a URSS seria diferente? Os alemães invadiram a URSS com tremenda velocidade e eficiência, desestruturando as defesas soviéticas postadas em linha, cercando-as e aniquilando-as. Porém, os generais soviéticos, pouco a pouco, foram compreendendo as táticas alemãs e aplicando os preceitos da guerra de movimento no Exército Vermelho também. A guerra, antes fácil para os alemães, tornou-se encarniçada e sofrida. As baixas foram aumentando e o poderio soviético também - já que os centros industrias estratégicamente criados por trás dos Urais estavam bem longe de qualquer inimigo e sua produção de armamentos era incessante e muito superior a produção alemã. Uma enchente de tanques, soldados e aviões caiu sobre a elite da Wehrmacht, que lá para 1943 já estava esgotada. O contra-ataque foi massivo e impiedoso. As divisões blindadas soviéticas mostraram sua superioridade em Kursk e daí pra frente, a derrota alemã era uma questão de tempo.

A URSS foi responsável pela eliminação de 72% dos efetivos da Wehrmacht na guerra. A super-potência nazista, o Reich que duraria mil anos, o berço da raça superior da humanidade curvou-se frente aos "primitivos" eslavos. Em 8 de maio a Alemanha se rendeu. Em 9 de maio, comemorou-se a vitória em toda a URSS. Às 20h deste fatídico dia, Stálin discursou à toda a nação, exaltando os feitos heróicos do Exército Vermelho e do povo. O primeiro país socialista do mundo regozijava-se após mais uma resistência milagrosa frente às intermináveis agressões das potências ocidentais.

Deste dia até hoje, seguiram 65 anos. E o mundo segue um rumo que em alguns pontos assemelha-se ao contexto do pré-Segunda Guerra. Com o fim da URSS, boa parte dos países - principalmente os Europeus - conheceram uma virada à direita. Os nacionalismos se tornam cada vez mais fortes, as retóricas de extrema direita ganham cada vez mais espaço, o economicismo supera e muito a preocupação com os direitos sociais e trabalhistas e o comunismo encontra-se muito perto de ser posto na ilegalidade. Neste sentido é fácil traçar paralelos a realidade das primeiras décadas do século passado. E como o velho Marx dizia, a História acontece como tragédia e se repete como farsa.

Parabéns ao bravo povo soviético! E que todos os heróis que morreram pelo socialismo e pela Revolução jamais sejam esquecidos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

"Povos da Europa - Levantem-se!"

Mebros do Partido Comunista da Grécia (KKE) tomaram a Acrópole em protesto contra as recentes políticas do governo grego, que mostra pouco ou quase nenhum respeito aos direitos trabalhistas e sociais. A Grécia é apenas um exemplo do espírito reacionário da União Européia que, de todas as maneiras possíveis, tenta impor políticas cada vez mais anti-democráticas contra o povo Europeu em prol do "progresso" econômico. Sem os fortes movimentos comunistas e socialistas de outrora, a direita retrógrada encontra pouco ou quase nenhuma resistência aos seus atos criminosos. Porém os comunistas do KKE mostram que as coisas não são bem assim, que há pessoas que não assistirão essa palhaçada de braços cruzados. Honrando assim, a história deste grandioso partido.

Muitos não sabem, mas por volta do fim dos anos 40, início do 50, o KKE - apoiado pela URSS - era uma grande força política na Grécia, combatendo ferozmente o ainda monárquico regime grego. Guerrilheiros do KKE combatiam nas montanhas fronteiriças à Iugoslávia - assim como os partisans da Segunda Guerra - quando foram traídos por Josip Tito. O líder iugoslavo permitiu que tropas anglo-americanas e gregas passassem por seu território para que flanqueassem os revolucionários do KKE. Tal manobra resultou em uma derrota terrível dos comunistas. Boa parte dos líderes do partido revolucionário da Grécia fugiu para a União Soviética, que lhes concedeu abrigo de bom grado.

De lá pra cá o KKE passou por épocas terríveis até que reestruturou-se após o surgimento do governo republicano. Hoje mantem-se como um partido bastante crítico às "democracias" ocidentais e à União Européia. Tipicamente marxista-leninista, o KKE é um combatente resoluto do revisionismo e do oportunismo dentro do movimento comunista. Talvez um dos únicos partidos ainda dignos de nota no mundo.

Link para o vídeo dos manifestantes: http://www.youtube.com/watch?v=_4yXCsLXPFY